Glifosato: Entenda sua história no mercado e suas ramificações na atualidade.

De 2016 até os dias atuais, os compostos ativos do glifosato e o glufosinato lideram o mercado de herbicidas, sendo utilizados ​​em terras não cultivadas, terras sem preparo do solo e terras cultiváveis ​​para prevenção e controle de ervas daninhas.

Nessa disputa o glifosato tem a sua vantagem, sendo o mais utilizado no mundo, devido à sua excelente remoção de ervas daninhas e efeito de longa duração combinado com seu amplo espectro herbicida. No entanto, causa danos ao sistema de cultivo das safras por meio de fitotoxicidade indireta ou oculta e causa problemas de endurecimento da placa do solo e "síndrome de deficiência". Além disso, devido a grande utilização, surgiram plantas resistêntes a ele.

Glifosato




Outro ponto negativo que abala a potência do glifosato é a sua atual alta no preço, que passou de R$28.500,00 por tonelada no final do ano passado para R$53.000,00 em agosto. Essa elevação se da a enchente que ocorreu na província de Sichuan, na China, no verão de 2020, que suspendeu a produção dessa matéria-prima na instalação de Tecnologia Agroquímica de Fuhua Tongda. E por um surto de COVID-19 na província de Hebei no início de 2021 que novamente interrompeu o fornecimento.

O glufosinato, por sua vez, possui um mecanismo de ação diferente, o que permite apresentar resultados superiores no controle de daninhas, inclusive atuando no manejo das resistentes ao glifosato, como a eleusine e a Buva. Se tornando uma opção para substituir o glifosato, podendo assim estabilizar a alta demanda para pouca oferta, estimasse que o mercado de glufosinato crescerá em até U$ 2 bilhões.

Mesmo com esses dois produtos muito fortes no mercado, ano passado três empresas asiáticas (Yonon, Japão Meiji Seika e Lier Chemical) registraram o novo principio ativo, denominado de L-glufosinato, marcando o início da comercialização. Essa molécula é considerada mais eficiênte que a presente no glufosinato tradicional que contém um centro quiral com dois isômeros ópticos, L-isômero e D-isômero, enquanto a L-glufosinato (L-isômero) pode converter o D-isômero ineficaz do glufosinato em L-isômero eficaz, que, teoricamente, requer 50% menos produto a ser usado em cada 1/15 de hectare, reduzindo o custo de processamento de materiais técnicos, transporte e adjuvantes. Além disso, esse príncipio ativo reduz a descarga de agentes ineficazes no solo em 50%, sendo mais sustentável.

Em seu primeiro ano o L-glufosinato já fez parte de 8% do mercado de pestícida, sendo previsto que naturalmente ele substituirá o glufosinato. De acordo com as previsões dos especialistas, de 2023 a 2025, um grande volume de L-glufosinato deverá ser lançado no mercado, e os fabricantes que conseguirem dar os primeiros passos vencerão.